Bazar da Branca

Se houvesse um dia a mais
Se pudéssemos corrigir erros
E quem sabe recuperar um pouco daquilo que se perdeu
O sorriso, a leveza, a amizade
Talvez o amor pudesse ser sempre amor
As mágoas passadas perderiam a importância
E a alegria seria permanente
Os abismos seriam uma vaga idéia
Só que feridas foram abertas
E com muita, mas muita lentidão foram cicatrizando
Hoje, olhei pra cicatriz
Quando já nem mem lembrava de sua existência
Percorri os dedos e em paz abri um sorriso
Um sorriso triste, mas um sorriso de quem tem a consciência tranquila
E fiz as pazes com momentos doces e delicados
Eufóricos, intensos
Feliz percebi que a sensibilidade está em mim
Onde cultivei a razão, vi brotar sentimento
Descobri que se pode experimentar boas coisas onde se crê haver apenas mácula
Fato é que muito do que aconteceu foi com minha contribuição
Ao menos no que se refere a mim
Fui tímida, medrosa, calada...
Eu não sabia ser, era uma sequência de atos tentando mostrar algum valor
Tentando ser vista como valor
A voz embargava tentando dizer o que sentia, mas emudecia, num engasgo sofrido e solitário
Apenas chorava!!!
Quando aprendi a dizer já era tarde, a ferida já era profunda
Precisava do tempo...
Ah! Tempo... precioso tempo!
Eu já não sei mais o que dizer...

Em homenagem ouvi Dona do Roupa Nova... a música da Viúva Porcina! Vá em paz...