Uma lista

Das coisas que gosto (pequena amostra de um dia de saudade):
Chuva
Beatriz de Milton Nascimento
Encontro Marcado de Fernando Sabino
Cine Belas Artes em Belo Horizonte
Serra do Cipó
O Fabuloso destino de Amèlie Poulain direção de Jean-Pierre Jeunet com Audrey Tautou
Canto de um povo de um lugar de Caetano Veloso
Ficar sozinha pensando
Sentir o vento no rosto
Música de raiz
Café
De vez em quando chocolate
Conversa com os amigos
Tarde com a família
Rir, rir muito
Crime e Castigo de Fiódor Dostoievsky
Dom Casmurro de Machado de Assis
Carlos Drumond de Andrade
Brincar com João Carlos
Viver com o Christinao e viver pelo João Carlos
Sentir saudade...

(Hoje minha intenção era falar da loucura... penso que de alguma forma a loucura é parte de todo ser humano, adormecida, quieta, silenciosa... aguardando apenas o momento de se fazer presente!)

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O susto...

Sou uma pessoa que se assusta à tôa
Tenho a sensação de que vejo insetos o tempo todo e a cada visão dessas tomo um susto
(vantagem: tem gente que vê fantasma, ET [1]... eu pelo menos tenho visões de algo plausível, assim me sinto menos louca)
Odeio me assustar!
E me assusto quase todos os dias
(minha mãe me chama de assustada...)
Nunca assisto filmes de suspense ou terror
Tenho lembranças horrorosas de sustos que levei quando adolescente
Uma vez um velho que nunca tinha visto na vida, em plena Av. do Contorno próximo à Rua Floresta, jogou em mim uma lagartixa de borracha
O coração veio à boca e eu dei um salto que fui parar no meio da rua
Não fosse isso final da década de 80 teria sido atropelada, àquela época ainda era possível passear pela Floresta com ares de Chapeuzinho Vermelho... ou não, sei lá! Certo é que fiquei mais pálida do que habitualmente sou... hipocorada, translúcida, cor de vela!
Pois bem... meu pânico de insetos vem não sei de onde, mas tenho horror da sensação do bicho pousando em mim e o barulho das suas asas ou textura de suas patas...
Preciso urgentemente cortar todas as etiquetas das toalhas e das minhas roupas, porque até com isso tenho assustado
A impressão que me fica é que a idade está avançando e as crises que seriam normais na senilidade estão se antecipando
Outro dia arremessei a toalha no chão porque a etiqueta roçou minha perna e fez um barulho semelhante a uma asa... ou seja, a toalha se encharcou no chão e eu me senti a perfeita idiota
Assim como me sinto idiota agora escrevendo sobre isso... mas quem sabe assim não exorciso um pouco essa sensação de ver bicho onde eles não estão...
paranóias à parte! Me sinto cada vez mais esquisita!
Ah! Lembrei de um fato curioso... não sei se alguém já viveu algo assim. Certa noite um pernilongo, não satisfeito em zunir no meu ouvido e me ver estapiar o rosto tentando acertá-lo (é outra cena patética!!!), resolveu ir mais fundo (literalmente) e entrou no meu ouvido!
Que barulho insuportável, o bicho tantando sair batendo suas asas que à essa altura parecia possuir pás de um helicóptero, eu cocei o ouvido, enlouquecida, quase batendo a cabeça na parede (mais um pouco estaria como uma personagem descontrolada, histérica, neurótica...), tive a sensação de ter cometido um insetocídio... silêncio! Até que não! Ele estava em processo de morte, suas asas batiam alternadamente como num estertor... Não sei nem porque estou lembrando disso também... de fato minha cabeça não deve estar boa! Tive uma dor de ouvido pavorosa no dia seguinte.
depois dessa inutilidade toda só me resta dormir...
Boa noite!

[1] Alguém viu a história de uma apresentadora que sentiu as mãozinhas massagistas do ET e segurou suas perninhas fininhas?... ui! Detesto descrições no diminutivo... menos ainda, "tipo surreal" "tuuuuuuudoooooooooooooo"... Horror! Tenho medo de futilidade....

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Os melhores presentes

Meu aniversário passou: oficialmente tenho 35 anos!

Todos sabem da minha paixão por livros, da minha mania de presentear com livros (correndo o rsico de ser extremamente desagradável porque não é todo mundo que gosta de ler).

Mas sofro de uma mania de ser empolgada. Quando leio um livro que gostei passo a acreditar que TODAS pessoas também gostarão... talvez precise mudar esse hábito! Mas o fato é que, recebendo livros, dificilmente ficarei desapontada (mentira: tem muita coisa que me recuso terminantemente ler!).

Além de maníaca, sou chata! Pois bem... no meu aniversário ganhei dois livros. Um do meu amado irmão e que já estou devorando, adorando, me divertindo e imaginando: Cartas perto do coração (Fernando Sabino e Clarice Lispector).

Eu amo ler Fernando Sabino e não sei o que acontece quando leio Clarice Lispector... um presentão! Recomendo...

Ganhei também "O Homem duplicado" de José Saramago que ainda não comecei, mas depois falo sobre minhas pobres impressões! Foi presente do Chris e do João Carlos...

Fiz tal qual criança: quase dormi com os livros! Não os coloquei de imediato na estante, estão no meu armário... brinquedo novo a gente não divide!

Pretendo nesse ano de 2012 recuperar as leituras perdidas e abandonadas em 2011! Quero estudar mais história, mais sociologia e mais política! Quero ler sobre o ser humano e suas manias, ver alguns filmes (bons filmes) e principalmente cuidar um pouco de mim!

É bom estar de volta...

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Ponderações...

Vivi os últimos dias num processo de intensa atividade mental... pensei muito, pensei em várias coisas, pensei no que e como escrever, mas pra variar, a preguiça se aproximou de mim e deixei de registrar as minhas idéias e impressões sobre as questões que me incomodavam.

Sim, incomodavam! Vivo numa espécie de incômodo permanente, como se a todo momento precisasse extravasar uma sensação, um sentimento, uma dor... tem sempre aquele vazio a ser preenchido com conclusões ou no mínimo uma suspeita.

O difícil é que nem sempre as questões são muito claras. Por exemplo: começou o Big Brother Brasil edição "passou a hora de ser a última", e apesar de eu odiar o programa, não paro de pensar porque isso ainda existe e por quanto tempo ainda existirá. Daí fico divagando no ânimo de um expressivo número de pessoas que se interessam pelas "vidas alheias, ou como elas são feias...", essa curiosidade pelo que o cara faz ao acordar, se é barraqueiro, se escovou os dentes, se peida enquanto dorme, se ronca... aí me ocupo de uma coisa que abomino, mas tentando entender a ótica de quem gosta.

Depois circulou a tirada do Boninho com o Pedro Bial, apresentador da bagaça. O próprio diretor reconheceu que o programa é porcaria, colocando o "Biaaaaaaaaaaallllllll" numa "saia justa de calças vermelhas", aí comecei a ler as opiniões das pessoas na internet (sim, porque essa é uma mania que adquiri, ler as opiniões das pessoas...) me divirto muito na idêntica proporção com que me horririzo, e assim fico tentando entender porque a coisa "vingou, vinga e vingará...".

Tudo bem, isso ocupa meu pensamento, mas não é capaz (graças a Deus!) de me fazer assistir o programa ou dar aquela espiadinha (ai que náusea!!!!), assim, impetro aqui meu habeas corpus preventivo! Por favor... acreditem em mim: ESTOU FALANDO DE BBB MAS EU NÃO ASSISTO BBB!!!!

(Igualmente me perdoem os que gostam, uma idéia que sigo na minha vida é aquela creditada a Voltaire: "não concordo com uma só palavra que dizeis, mas defenderei até a morte o vosso direito de dizê-la!" - substituam o verbo "dizer" pelo "assistir")

Um bom tempo passei pensando nas chuvas... eu adoro chuva, de qualquer forma! Semana passada fui correr e peguei uma chuva torrencial, com direito a granizo, gelada! Já andei muito na chuva, mas nunca havia estado numa chuva com granizo, daí se avolumou uma enxurrada e começou a se apoderar de mim um pânico, não da chuva, mas do lixo das cidades... a idade vai avançando e com ela as paranóias, só penso em hepatite, leptospirose e outros vírus, bactérias, helmintos e protozoários (...e o pulso, ainda pulsa!). Concluí: findou-se em mim a cena romântica da adolescente que adorava andar na chuva arrastando o pé na enxurrada! Coisa chata, viu?

Recebi uma carta! Sim... uma carta! Não foi um e-mail, muito menos uma corrente encaminhada... foi uma carta manuscrita que me fez voltar quase vinte anos no tempo! O tempo em que escrevíamos muitas cartas para os amigos e ficávamos na expectativa das respostas. Delícia que é abrir um envelope e reconhecer a letra e a partir dali imaginar a pessoa dizendo aquilo que se dedicou a escrever. O gestual, a entonação, a expressão... Obrigada João Francisco! Foi um momento único, reconfortante e de grande satisfação!

Outro dia uma colega de trabalho olhou pra mim e disse: "Tudo bem?", na hora não entendi o por quê e imagino que minha expressão foi traduzida e ela: "você está rindo pro computador!". Realmente, quando leio algum texto ou mensagem de alguns amigos rio sozinha e quase dialogo com o computador... o ápice da falta de percepção (oou excesso dela), pensei: "preciso ser mais contida, estou sendo transparente demais!". Isso é saudade! Saudade de falar com aquelas pessoas que me são queridas, com as pessoas que apesar do pouco tempo de convivência deixaram suas marcas em mim...

Às vezes acho que sou meio bipolar, com uma tendência depressiva, apesar de não me sentir muito triste! A minha tristeza geralmente associa-se à saudade! E saudade eu só tenho das inúmeras alegrias que vivi... não que eu não seja alegre. Acho que no fundo sou uma grande egoísta que desejaria ter sempre ao meu lado tudo o que me fez ser o que sou...

Este texto está sem pé nem cabeça, manco e desmiolado... mas é exatamente assim que estou: pensando tudo e não concluindo nada!

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E a chuva continua...

Minas Gerais está um caos, são mais de 40 municípios em estado de emergência
Belo Horizonte e RMBH apresentam um cenário de destruição
Prédios desabando, ruas e avenidas inundadas, famílias desabrigadas...
Zona da Mata com municípios devastados...
Será a nossa triste sina? Todo ano tentar nos recuperar dos danos das chuvas?

Além de Minas, a região serrana do Rio de Janeiro...
Teresópolis que no ano passado viveu, talvez, sua maior tragédia, volta a vivenciar momentos de perda e desespero
Apesar do valor liberado para soerguer o município, das denúncias de malversação do erário, menos de 40% das obras concluídas...

Inevitável pensar no caso japonês quando do tsunami em março do ano passado...
Será que a velocidade na recuperação de pontes, estradas e cidades é consequência da riqueza do país ou decorrerá da eficiência na aplicação do dinheiro público, na competência administrativa do governo japonês, além de dose expressiva de boa vontade...

Não quero me acostumar com isso, me recuso a dar de ombros e pensar que "é assim mesmo, contra a natureza não há o que se fazer..."
Até acredito que nem tudo é previsível, mas os "nossos casos", em boa parte, são resultado da nossa desigualdade sócio-econômica...
Está passando da hora da população parar de se conformar e de acreditar nos olhares piedosos e nas lágrimas de crocodilo da classe política e começar a cobrar o que lhes é de direito: uma administração eficiente e eficaz, como li num curso da FGV: eficiência é cavar bem um poço artesiano, eficácia é encontrar água.
Não basta obras pra inaugurar que não trarão benefícios reais à população... exemplo é a Cristiano Machado com seus vários novos viadutos, está em obras há anos e o que era pra ser uma avenida virou um rio...

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Mais um caso para as estatísticas...

Estamos nos acostumando com tragédias no trânsito
Com irresponsabilidade e negligência
Falta de cuidado
Descaso...
Não sei como classificar, a lei é clara quanto as penalidades para aquele que dirige embriagado
Mas e a aplicação? E as consequências para aqueles que violam a lei?
Praticamente nenhuma... alguns que se envolvem em acidentes chegam a ironizar e sorriem da situação, debocham porque acreditam (e tem motivos de sobra para acreditar) na impunidade!
Ontem uma mulher grávida morreu, vítima da irresponsabilidade de um desses condutores, com claros sinais de embriaguez e várias latas e garrafas de bebida no interior do veículo.
Ele saiu com ferimentos leves, se escondendo das câmeras e, muito provavelmente em breve estará por aí dirigindo...
As estatísticas aumentam na proporção do descaso... ninguém parece se importar.
Estaríamos nos acostumando com a violência? Porque na minha opinião isso não é um acidente, isso é crime doloso, portanto, se não pretendido na origem, assumido pelos riscos.
Tenho pavor de imaginar que a vida perca seu valor e passemos a nos importar cada vez menos, deixando de nos indignar, passando a fazer de conta que não é comigo.
É a passividade com um sistema que não funciona, com um judiciário que é permissivo, com uma regra esdrúxula de que "ninguém é obrigado a produzir prova contra si".
Sou da opinião de que, se alguém viola um direito da coletividade, abre mão dos seus próprios direitos em prol da maioria. É preferível suprimir o direito de um que violar em um único ato o direito de uma população inteira.
O mais incrível é que os vídeos divulgados dos embriagados no trânsito se convertem em piada, mas será mesmo engraçado?
Será engraçado a voz embargada de um condutor que cambaleia após colidir o seu veículo contra um poste? Ou um ciclista que mal se sustenta às margens de uma rodovia? Ou um pateta que assume sua culpa "bebi, bebi, bebi!"
Existe de fato alguma graça nisso ou eu perdi a noção do que é cômico? Pra mim soa no máximo patético, não a atitude do condutor, mas o fato de alguns ainda darem "audiência" a esse show de horrores.
É só pensar que esses embriagados poderiam ter causado a morte de pessoas pra perceber que a graça na realidade é reversa.
Campanhas educativas parecem não surtir efeito se inexiste um sistema punitivo eficiente nas esferas penal, cível e administrativa.
Belo começo de ano...

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