Ponderações...

Vivi os últimos dias num processo de intensa atividade mental... pensei muito, pensei em várias coisas, pensei no que e como escrever, mas pra variar, a preguiça se aproximou de mim e deixei de registrar as minhas idéias e impressões sobre as questões que me incomodavam.

Sim, incomodavam! Vivo numa espécie de incômodo permanente, como se a todo momento precisasse extravasar uma sensação, um sentimento, uma dor... tem sempre aquele vazio a ser preenchido com conclusões ou no mínimo uma suspeita.

O difícil é que nem sempre as questões são muito claras. Por exemplo: começou o Big Brother Brasil edição "passou a hora de ser a última", e apesar de eu odiar o programa, não paro de pensar porque isso ainda existe e por quanto tempo ainda existirá. Daí fico divagando no ânimo de um expressivo número de pessoas que se interessam pelas "vidas alheias, ou como elas são feias...", essa curiosidade pelo que o cara faz ao acordar, se é barraqueiro, se escovou os dentes, se peida enquanto dorme, se ronca... aí me ocupo de uma coisa que abomino, mas tentando entender a ótica de quem gosta.

Depois circulou a tirada do Boninho com o Pedro Bial, apresentador da bagaça. O próprio diretor reconheceu que o programa é porcaria, colocando o "Biaaaaaaaaaaallllllll" numa "saia justa de calças vermelhas", aí comecei a ler as opiniões das pessoas na internet (sim, porque essa é uma mania que adquiri, ler as opiniões das pessoas...) me divirto muito na idêntica proporção com que me horririzo, e assim fico tentando entender porque a coisa "vingou, vinga e vingará...".

Tudo bem, isso ocupa meu pensamento, mas não é capaz (graças a Deus!) de me fazer assistir o programa ou dar aquela espiadinha (ai que náusea!!!!), assim, impetro aqui meu habeas corpus preventivo! Por favor... acreditem em mim: ESTOU FALANDO DE BBB MAS EU NÃO ASSISTO BBB!!!!

(Igualmente me perdoem os que gostam, uma idéia que sigo na minha vida é aquela creditada a Voltaire: "não concordo com uma só palavra que dizeis, mas defenderei até a morte o vosso direito de dizê-la!" - substituam o verbo "dizer" pelo "assistir")

Um bom tempo passei pensando nas chuvas... eu adoro chuva, de qualquer forma! Semana passada fui correr e peguei uma chuva torrencial, com direito a granizo, gelada! Já andei muito na chuva, mas nunca havia estado numa chuva com granizo, daí se avolumou uma enxurrada e começou a se apoderar de mim um pânico, não da chuva, mas do lixo das cidades... a idade vai avançando e com ela as paranóias, só penso em hepatite, leptospirose e outros vírus, bactérias, helmintos e protozoários (...e o pulso, ainda pulsa!). Concluí: findou-se em mim a cena romântica da adolescente que adorava andar na chuva arrastando o pé na enxurrada! Coisa chata, viu?

Recebi uma carta! Sim... uma carta! Não foi um e-mail, muito menos uma corrente encaminhada... foi uma carta manuscrita que me fez voltar quase vinte anos no tempo! O tempo em que escrevíamos muitas cartas para os amigos e ficávamos na expectativa das respostas. Delícia que é abrir um envelope e reconhecer a letra e a partir dali imaginar a pessoa dizendo aquilo que se dedicou a escrever. O gestual, a entonação, a expressão... Obrigada João Francisco! Foi um momento único, reconfortante e de grande satisfação!

Outro dia uma colega de trabalho olhou pra mim e disse: "Tudo bem?", na hora não entendi o por quê e imagino que minha expressão foi traduzida e ela: "você está rindo pro computador!". Realmente, quando leio algum texto ou mensagem de alguns amigos rio sozinha e quase dialogo com o computador... o ápice da falta de percepção (oou excesso dela), pensei: "preciso ser mais contida, estou sendo transparente demais!". Isso é saudade! Saudade de falar com aquelas pessoas que me são queridas, com as pessoas que apesar do pouco tempo de convivência deixaram suas marcas em mim...

Às vezes acho que sou meio bipolar, com uma tendência depressiva, apesar de não me sentir muito triste! A minha tristeza geralmente associa-se à saudade! E saudade eu só tenho das inúmeras alegrias que vivi... não que eu não seja alegre. Acho que no fundo sou uma grande egoísta que desejaria ter sempre ao meu lado tudo o que me fez ser o que sou...

Este texto está sem pé nem cabeça, manco e desmiolado... mas é exatamente assim que estou: pensando tudo e não concluindo nada!

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