Culpa de quem?

Penso que deveria processar o Estado... ou talvez devesse culpar o meu pai por ter estudado e trabalhado tanto minha vida inteira!
Uma sacanagem... um despropósito!!!
Onde já se viu? Com tanta carência vivida na minha infância, NENHUM benefício do governo???
Por que, meu pai, o senhor me ensinou que o homem (como espécie) só consegue melhorar sua condição através do ESTUDO e do TRABALHO?
Por que meu amado pai, o senhor, apesar de sua baixa escolaridade, nos cobrava tantos resultados?
Por que desde cedo o senhor nos incentivou ao trabalho, e não só isso, nos imprimiu responsabilidades com as despesas domésticas?
Por que o senhor nos ensinou a driblar as dificuldades plantando sua horta para complementar o alimento que nos era servido diariamente?
Por que o senhor nos ensinou a viver dentro dos limites daquilo que se ganha? 
Sabe, pai... muito aprendi com o senhor nessa minha vida e talvez por isso me sinta tão incomodada com o atual protecionismo e, de certa forma, incentivo ao ócio!
Não suporto mais ouvir alguns comentários exarados pelos beneficiários do "Bolsa Família". Entendo a natureza do programa e compreendo que muitas famílias de fato precisem (e muito) do dinheiro mensal que lhes é repassado.
Mas repudio com veêmencia àqueles que se mantém no ócio pra não largar a teta do Estado que parece emanar leite de uma fonte inesgotável!!!
Lembro na minha infância que existia um benefício às famílias mais carentes que era o "Tíquete do Leite" que em pouco tempo estava sendo o "tíquete cachaça", "tíquete cigarro" e pra variar, muita gente que não precisava, recebia e outros tantos que de fato necessitavam do benefício estavam alijados.
Engraçado que o tempo passa e as histórias se repetem, antes era o leite por cigarro, agora é Bolsa-Família por calça de R$300,00!!!
Se olhar é equivalente, porque na época da inflação leite e dose de cachaça valiam quase a mesma coisa (se bem que naquela época, acredito que ninguém mais sabia o valor de nada!)
Em 2006 eu estava grávida e estudava pela manhã, trabalhava à tarde e dava aulas num cursinho à noite... indo embora de ônibus, cansada e tentando arrumar um jeito de comprar os itens de enxoval do meu filho e pensando no quanto fralda era caro, ouço duas mulheres conversando:
_ Ano que vem vou arrumar mais um filho, que aí eu recebo mais um Bolsa Família e fico tranquila.
A interlocutora pergunta o valor do benefício e à época era algo como R$40,00 por filho!
Minha cabeça ferveu fazendo aquelas contas... COMO SUSTENTAR UM FILHO COM QUARENTA REAIS MENSAIS?
E como programar filho só pelo benefício???
Essa é uma lógica que escapa à minha capacidade de entendimento... perdoem-me por ser tão limitada!
Só que continuo sem entender como, num país que estão sobrando vagas segundo os noticiários diários, existam ainda tantos desempregados e dependentes dos benefícios sociais (que deveriam ser temporários). Será que não seria isto um efeito perverso dos programas de transferência de renda? 
Não sei... alguma coisa está fora da ordem! E não estou aqui fazendo discurso partidário, porque aberração em política não é novidade, qualquer que seja a legenda!
Pois bem!
Certo é que jamais fomos beneficiados em nada pelo Governo, seja ele Federal, Estadual ou Municipal. Nossa infância ocorreu na era da inflação e sem direito a absolutamente NADA além do básico para sobreviver, mas tenho muito a agradecer ao meu pai que, como servidor público do Estado, com quatro filhos e muita inteligência, engenho e arte, nos fez cidadãos!
Pai é um homem de elevado valor, que primou pela nossa educação, sei hoje o quanto foi difícil alimentar e estudar os quatro filhos numa época de dificuldade para todos os brasileiros, sobretudo os mais pobres. Não vou ficar relembrando as histórias pretéritas pra não virar auto-comiseração, mas sei que analisando tudo o que vivi e aprendi... isso que está aí não me convence! Muito pelo contrário, me envergonha!
Caminhamos para uma sociedade na qual estudar e trabalhar deixarão de ser um valor! Isso é um perigo e uma afronta a nós, cidadãos que produzem e contribuem para um país que desejamos melhor...

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Por um momento queria sumir...


Cansei!!!
Pra mim deu, não suporto mais ouvir essas músicas de balada, pegação, bebida e carrão...
Que chute. Tá certo que os incomodados que se retirem, mas para o meu azar: 
EU NÃO POSSO ME RETIRAR!!!
Pelos próximos seis anos ainda serei funcionária pública e aí sim quem sabe poderei buscar algum lugar perdido no meio do nada "onde eu possa plantar meus amigos, meus discos e livros, e nada mais"
Estou me sentindo totalmente out! Não tenho sensação de pertencimento, estou fora desse mundo, isso não me cabe e pra piorar não tenho pra onde fugir!
Quero uma sala de cinema com bons filmes
Quero alternativa de boa música
Quero uma tarde de cultura, com declamações, leitura, discussões
Quero um lugar onde as pessoas pensem!
Será pedir demais?
Minha vida já é sempre igual... e ainda precisa ser torturante?
Fico sonhando com uma cachoeira no meio da montanha... coisas de Minas Gerais
Que com tanta música boa tem se deixado levar pela "galera do nada a dizer"
Será que esse processo é irreversível? Socorro!!!
Músicas de gosto duvidoso sempre existiram, mas não me lembro de uma época tão crítica, pra todo lado que se tenta fugir, empurra-nos essa "cultura [?]" goela abaixo.
"Eu não aguento, eu não aguento..."
E sabe o que é mais triste? Essas músicas tem o poder de grudar na cabeça da gente e martelam o dia todo
Seus refrões se repetem, suas rimas e concordâncias mal elaboradas
É um processo de "emburrecer". Como essa porcaria se instala de forma repetida e irritante, nossa capacidade de pensar vai sendo substituída pela batida do funk e do sertanejo universitário. E o pior: muita gente gosta! Acho até que a maioria das pessoas!
O mundo acadêmico está se rendendo e estudando o "fenômeno" e no fim acabam achando algo positivo em tudo isso. Até a coisificação da mulher no mundo das popozudas e frutas tem sido interpretado como um grito de liberdade, um nono feminismo!
Não aceito isso como manifestação da liberdade feminina. Liberdade é ter condição de expressar-se, de ser valorizada como pessoa, profissional, de ser ouvida pelos setores públicos e privados, sem discriminação de gênero. Reduzir a luta da mulher a um padrão de livre escolha sexual e estar ainda num estágio muito primitivo do ser humano. É como se as mulheres ainda estivessem saindo das cavernas.
Nenhuma mulher precisa mostrar a bunda e dançar até o chão para ter liberdade sexual. Aliás, qual será mesmo o preço dessa dita liberdade? Provavelmente alguns bons casos de gravidez precoce e não programada, cujos pais são desconhecidos ou não identificados; DST's e outras mazelas mais... 
O sertanejo universitário, ao contrário do funk, as mulheres são interesseiras e a cachaça na balada dá o tom... aí a galerinha empolgada enche a cara, entra no seu carrão cheio de mulher, provoca um acidente de trânsito, de vez em quando arranca o braço de um jovem trabalhador e fica tudo por isso mesmo.
Me preocupa porque no fundo, ouvir e interiorizar o sentido dessas músicas parece transformar de fato os indivíduos reais nesses personagens da ficção mal elaborada.
Moro em uma cidade em que apenas uma rádio toca música de qualidade! Saudade da Rádio Inconfidência na qual eu ouvia o que mais me agrada, alimenta e sacia: MPB! 
Depois de ouvir a tarde inteira "Cupido Burro" estou aqui a me perguntar... Quem será mesmo burro?



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Há uns anos postei algo sobre o Senor Abravanel e sua sanha pelo jogo, sobre a maneira que ele joga com seus convidados e sobre o quanto é amado pelo brasileiro!
Parece loucura, mas como é possível alguém debochar de maneira escancarada os convidados e às colegas de trabalho e ainda assim ser ovacionado!
De duas uma: ou o brasileiro gosta de ser subtraído em sua dignidade ou de fato as pessoas não percebem o que acontece entre uma e outra clássica risada do "Seu Sílvio".
Bom, mas não é sobre a sagacidade do grande comunicador brasileiro que quero dizer... minha preocupação é de outra ordem.
Ontem enquanto "percorria" os canais, fixei-me por um tempo no Programa Sílvio Santos, que esculachava a vice Miss Bumbum e a Mulher Melancia, num jogo (é claro!) de adivinhar. A resposta deveria ser "Getúlio Vargas", vamos às  pistas: Leis Trabalhistas / Gaúcho / Suicídio... coisa óbvia, não?
NÃO!!!!!
Ninguém sabia... é muita bunda e pouco cérebro!
Jogou a pergunta para o auditório... nenhuma colega de trabalho sabia!
O que esse povo anda aprendendo na escola????
Tive o primeiro surto!!!
Depois o "Seu Sílvio" perguntou para uma jovem da plateia como o Tiradentes havia morrido: Fuzilado, enforcado ou decapitado?
A resposta da pessoa depois de muito pensar: FUZILADO!!!
Minha cabeça ferve nessas horas porque no fundo sabemos que aquela plateia é uma amostra significativa da nossa população que finge que aprende enquanto o sistema público de educação finge que ensina!
Meu desânimo foi às alturas... principalmente por não conseguir enxergar alguma luz (ainda que fraca) no fim desse túnel escurecido pela alienação!
Renato Russo cantava que o "Brasil é o país do futuro!"... 
Me pergunto hoje: que futuro?

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Desaprender...


Mais uma vez ela tentou sorrir
Mirou-se no espelho e ensaiou um movimento com os lábios
Esforçou-se tentando enxergar algo que pudesse ao menos assemelhar-se a um sorriso
Percebeu, enfim, que não seria fácil!
Tentou mais uma, e outra até que por fim desistiu
Terminou de vestir-se e concluiu que sorrir é bem mais que um conjunto de movimentos musculares
Não adianta sorrir quando os olhos permanecem tristes
Não adianta sorrir quando sua alma está perdida
Não é possível sorrir quando não se sabe mais quem se é [ou no que se transformou]...
Desaprender a sorrir é como desaprender a viver
É um deixar levar-se pela vida
Pelos dias
Sem esperança;
Sem vontade;
Sem presença...

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