Por um momento queria sumir...


Cansei!!!
Pra mim deu, não suporto mais ouvir essas músicas de balada, pegação, bebida e carrão...
Que chute. Tá certo que os incomodados que se retirem, mas para o meu azar: 
EU NÃO POSSO ME RETIRAR!!!
Pelos próximos seis anos ainda serei funcionária pública e aí sim quem sabe poderei buscar algum lugar perdido no meio do nada "onde eu possa plantar meus amigos, meus discos e livros, e nada mais"
Estou me sentindo totalmente out! Não tenho sensação de pertencimento, estou fora desse mundo, isso não me cabe e pra piorar não tenho pra onde fugir!
Quero uma sala de cinema com bons filmes
Quero alternativa de boa música
Quero uma tarde de cultura, com declamações, leitura, discussões
Quero um lugar onde as pessoas pensem!
Será pedir demais?
Minha vida já é sempre igual... e ainda precisa ser torturante?
Fico sonhando com uma cachoeira no meio da montanha... coisas de Minas Gerais
Que com tanta música boa tem se deixado levar pela "galera do nada a dizer"
Será que esse processo é irreversível? Socorro!!!
Músicas de gosto duvidoso sempre existiram, mas não me lembro de uma época tão crítica, pra todo lado que se tenta fugir, empurra-nos essa "cultura [?]" goela abaixo.
"Eu não aguento, eu não aguento..."
E sabe o que é mais triste? Essas músicas tem o poder de grudar na cabeça da gente e martelam o dia todo
Seus refrões se repetem, suas rimas e concordâncias mal elaboradas
É um processo de "emburrecer". Como essa porcaria se instala de forma repetida e irritante, nossa capacidade de pensar vai sendo substituída pela batida do funk e do sertanejo universitário. E o pior: muita gente gosta! Acho até que a maioria das pessoas!
O mundo acadêmico está se rendendo e estudando o "fenômeno" e no fim acabam achando algo positivo em tudo isso. Até a coisificação da mulher no mundo das popozudas e frutas tem sido interpretado como um grito de liberdade, um nono feminismo!
Não aceito isso como manifestação da liberdade feminina. Liberdade é ter condição de expressar-se, de ser valorizada como pessoa, profissional, de ser ouvida pelos setores públicos e privados, sem discriminação de gênero. Reduzir a luta da mulher a um padrão de livre escolha sexual e estar ainda num estágio muito primitivo do ser humano. É como se as mulheres ainda estivessem saindo das cavernas.
Nenhuma mulher precisa mostrar a bunda e dançar até o chão para ter liberdade sexual. Aliás, qual será mesmo o preço dessa dita liberdade? Provavelmente alguns bons casos de gravidez precoce e não programada, cujos pais são desconhecidos ou não identificados; DST's e outras mazelas mais... 
O sertanejo universitário, ao contrário do funk, as mulheres são interesseiras e a cachaça na balada dá o tom... aí a galerinha empolgada enche a cara, entra no seu carrão cheio de mulher, provoca um acidente de trânsito, de vez em quando arranca o braço de um jovem trabalhador e fica tudo por isso mesmo.
Me preocupa porque no fundo, ouvir e interiorizar o sentido dessas músicas parece transformar de fato os indivíduos reais nesses personagens da ficção mal elaborada.
Moro em uma cidade em que apenas uma rádio toca música de qualidade! Saudade da Rádio Inconfidência na qual eu ouvia o que mais me agrada, alimenta e sacia: MPB! 
Depois de ouvir a tarde inteira "Cupido Burro" estou aqui a me perguntar... Quem será mesmo burro?



Read Users' Comments (1)comentários

1 Response to "Por um momento queria sumir..."

  1. João Francisco Neto, on 7 de junho de 2013 às 20:56 said:

    Concordo com tudo escrito.
    Compartilho do mesmo sentimento e convivo com a frustração de ter que fazer parte, à força, de uma "cultura" burra e claramente direcionada para a ignorância cada vez maior das massas.

    Se arranjar o lugar para fazer as coisas que escreveu não se esqueça de me convidar.