Eu não aguento!

Eu devo ser alienada ou pouco ambiciosa, muito provavelmente porque me falta uma qualidade (ou creio eu, defeito) básico: vaidade!
Não a vaidade de querer estar sempre arrumada, unhas feitas, cabelo escovado (essa também não é uma qualidade minha...), não sou uma bagaceira completa, mas prefiro ocupar meu tempo estudando, lendo e preferencialmente com minha família.
Mas é a vaidade do poder... Ah! Poder! Que máquina destrutiva... definitivamente algumas pessoas não sabem lidar com isso, e olha que o poder é algo extremamente transitório, efêmero e por vezes até imaginário. Cria-se a idéia de que de fato o poder existe!
Mas será que o poder é personalíssimo? Penso que não... o poder não é da pessoa, é da função. Talvez por isso eu viva tão tranquila, porque sei que a Isis não detém qualquer poder (no máximo sobre a própria vida), mas sim a função que, por uma questão meramente legal, eu ocupo.
Logo, o poder não é da minha pessoa, mas do Estado que confiou a mim um número x de atribuições. É tão difícil entender isso?
Agindo assim, minha convicção é uma única: sou servidora pública e devo exercer minhas atribuições em prol do público, do coletivo, das pessoas que precisam dos meus serviços, quaisquer sejam as circustâncias. Não sou eu que ajo, mas o Estado através da minha pessoa.
Responsabilidade e compromisso! Essas deveriam ser as qualidades do bom servidor público e não a noção distorcida do poder...
Estou divagando, porque a nossa realidade pública aponta para um caminho diverso, de pessoas desinteressadas, egoístas e preguiçosas (aliás, como a preguiça tem imperado nesse mundo!).
[principalmente a preguiça de pensar]
As nossas instituições estão enfraquecendo, pra minha tristeza (aqui João Paulo Nicolato riria de mim...) que sempre acreditei nelas. Está havendo mais e mais a personificação do público e o público mesmo... indo pra algum lugar que não o óbvio.
Esta semana estou tendo todas as demonstrações de algo similar ao que digo aqui, mero simbolismo tem gerado comentários de toda sorte, de sátiras, ironias, felicidade, euforia... pra mim, mera transição!
Pra tudo tem que haver um rito de passagem, essa coisa simbólica carregada de significado (?), e eu continuo me perguntado, qual mesmo?
Que Drummond não me deixe: "não quero ser poeta de um mundo caduco"...
Eita caduquice doentia...

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