Educação sexual

Estou tendo aulas de saúde coletiva e nas conversas com meu professor, percebi o quanto podemos ser hipócritas ou ignorantes.
Por que as pessoas são tão resistentes quando o assunto é sexo? Por que tanto medo de um ato que todos (ou quase) praticam e senão o fazem hoje o farão um dia? Sexo é saudável, é necessário, é básico conforme apresentado na pirâmide de Maslow. Então por que esse tabu, como se os praticantes de sexo pertencessem a uma sociedade secreta?
Fato é que, as escolas tem um papel preponderante nesse assunto. Quer dizer que seja exclusivo da escola? Não! O ideal mesmo seria uma parceria das Secretarias de Educação com as Secretarias de Saúde para que, em conjunto, através do trabalho de profissionais qualificados essa disciplina fosse inserida nos diversos cursos.
Os pais tendem a acreditar que são amigos dos seus filhos, podem até ser. Mas penso ser a minoria que tem um diálogo franco, do tipo: "_ Mãe, ontem saí com fulana e a gente transou! Foi bacana e não preocupa porque eu usei camisinha, ok?"
Da mesma forma, os pais não contam para os filhos a noite de sexo de ontem... apesar dos filhos adolescentes saberem que os pais transam.
Conversar sobre sexo não significa necessariamente educar para o sexo. Papel de pai e mãe é ser pai e mãe. O (A) adolescente normalmente confidencia suas experiências sexuais para os amigos mais chegados, com pai e mãe a conversa é de outra ordem. Da mesma forma sentimo-nos mais à vontade para conversar sobre determinados assuntos com um terceiro, uma pessoa neutra.
Mas as pessoas (os pais sobretudo) se horrorizam quando a escola vai promover educação sexual, falar do uso correto de preservativo, de prevenção... acham que isso estimulará a iniciação sexual precoce. Penso que não! Essa iniciação tem muito a ver com o arcabouço cultural de cada um, a sua estrutura familiar e religiosa. Não é poque eu vi uma cena de sexo na TV que eu vou sair por aí fazendo sexo. Pra mim esse medo é uma paranóia.
Um outro aspecto é que na atualidade a busca pelo prazer é uma crescente, aquela coisa hedonista, pelo qual o prazer é o supremo bem. Uma exposição nas novelas desenfreada do prazer sexual, pelo consumo... considero que se banaliza até demais alguns assuntos, mas enfim!
Fato é que, dados do IBGE apontam para um número expressivo de gravidez na adolescência (7,3% das adolescentes entre 15 e 17 anos tem pelo menos um filho), um aumento no número de infecções pelo HIV (Bibliomed), sem contar a exposição precoce ao tabaco e álcool, além de outras drogas...
É um "pecado" querer o prazer? Óbvio que não, mas é imprescindível que o jovem aprenda uma regra básica "causa e consequência", ou seja, posso fazer o que eu quiser, mas das minhas ações decorrerão fatos que culminarão em responsabilidade futura. Então porque não estimular a responsabilidade como forma de se evitar danos futuros? Por que não se evitar uma gravidez, ao contrário de defender o aborto?
Isso é questão de saúde pública! Essas jovens que engravidam e tem seus filhos interrompem, em muitos casos, a própria vida, perdem a oportunidade de estudar e pleitear algum ganho social, engrossa as estatísticas e sabe-se lá qual o modelo de educação poderá oferecer ao próprioo filho. E nos casos de DST's, chega ser desnecessário tecer qualquer comentário.
Educar é isso, é contruir bases de cidadania, de exercício consciente, de responsabilidade social. Não adianta tapar o sol com a peneira... ainda que alguns assim queiram!

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