Bazar da Branca

Adoro essa poesia ... a conheci em 92 e desde então venho pensando nas palavras e no quanto elas mudam nossa vida.
Agregam, separam e libertam.
Há quem saiba usá-las muito bem e há quem distorça todos os significados
Há quem se traduza por elas e quem por elas dissimule
Mentira, verdade, intriga...
Tudo passa pela palavra!
Eu não sabia como dizer de mim... foi muito complicado aprender fazê-lo, a extravasar a tristeza (alegria não precisa, né? por si só acontece!) ou declarar meus sentimentos...
Eu não conseguia falar, a garganta fechava e no máximo eu sussurrava de forma entrecortada algo totalmente sem nexo e sentido.
Exercício complicado.... como eu não falava, escrevia, depois rasgava pra ninguém saber e me isolava... em família não conseguia mesmo, com alguns amigos, talvez!
E o mais irônico é que isso nada tinha a ver com minha personalidade, sempre fui falante, com muitos amigos... mas de certa forma, solitária!
A dança me ajudou muito, passei e me aceitar e me conhecer melhor...
E de repente no universo mais impessoal e público fui relaxando e adquirindo essa capacidade, fui dizendo e só! Ri, chorei, perguntei e tornei público e acessível o que antes era só meu.
Conheci meu marido.
Fiz amigos
E estou aqui!
Giddens nunca fez tanto sentido...