Absurdo!

Ontem o Fantástico denunciou a cobrança de consulta po rmédico em hospital público (hospital universitário), daí quando mostram o lugar é o hospital universitário da UFU... aquele que postei outro dia ser deprimente!
Uma vergonha!
Enquanto têm pacientes que aguardam meses por um exame, outros pagam e antecipam a assistência que DEVERIA ser gratuita...
Daí fiquei pensando em ética... aliás a única coisa que tenho feito nesses dias é analisar a ética face aos inúmeros embates que venho tendo exatamente por defender o comportamento ético!
Não dá pra aceitar isso como normal!
É o jeitinho brasileiro, essa doença que atinge grande parte da população que acha que pode ser beneficiada de alguma forma... é o comodismo, a aceitação e a reprodução do "jeitinho"...
Quando esse tipo de atitude deveria ser punido de forma rigorosa e exemplar... o saldo é negativo para a instituição que já deve muito à população!
Que tipo de pena merece um "profissional" que usa a coisa pública em benefício próprio?
Que na manutenção dos seus interesses inescrupulosos condena à falta de assistência milhares de usuários como uma senhora que espera há oito anos por um teste ergométrico?
Até quando?
E não sei quem é pior, se o médico que cobra ou o paciente que paga e alimenta essa corrupção... e mais: é burro!
Acha que está levando vantegem (Lei de Gerson) só que paga duas vezes pelo mesmo serviço...
E denunciaram ainda o esquema de empresas fornecedoras de materiais cirúrgicos que pagam "propina" para os cirurgiões que utiulizam os materiais em procedimentos custeados pelo SUS!
O pior é que isso vai cair no esquecimento, como tantas outras denúncias... e assim vamos levando nossa vida de mentirinha!
Coloco a matéria para conhecimento:

Médico cobra consulta em hospital público

E vendedor de produtos cardíacos paga comissão se o médico implantar nos pacientes as peças que ele vende. E quem paga a conta? Nós, porque é tudo coberto pelo SUS, o Sistema Único de Saúde.

“Não é possível fazer nenhuma cobrança. Este hospital é 100% SUS e inteiramente gratuito. Nenhum profissional está autorizado a cobrar por qualquer procedimento”.

Quem afirma isto é o diretor do Hospital da Universidade Federal de Uberlândia, a UFU, em Minas Gerais. É um hospital de referência, público, que funciona com verbas do Sistema Único de Saúde, o SUS. Mas, no local, os pacientes se queixam da demora no atendimento.

“Eu estou aguardando há um ano para fazer um exame de endoscopia”, lamenta uma paciente.

“Eu aguardo há nove meses para fazer um exame dos rins e não conseguiu nada até agora. Eles falam que não chegou e vão enrolando a gente”, lamenta outra senhora.

O Fantástico obteve a informação de que um médico do Hospital Universitário não deixa paciente esperando. Os corredores estão lotados. Mas o repórter Eduardo Faustini consegue uma consulta e exames na hora.

- Por favor, o doutor Rimmel? , pergunta o repórter.

Depois de uma rápida espera, vem a consulta.

Primeiramente, o cardiologista Rimmel Guzmán verifica um exame antigo, apresentado pelo repórter. Depois, faz perguntas.

Rimmel: Aqui, no eletro, o senhor está com três obstruídas.
Repórter: É grave?
Rimmel: Olha, eu sou médico, não sou Deus. Além dessa falta de ar, que mais que o senhor tem? Cansaço...
Repórter: Cansaço.
Rimmel: O que mais?
Repórter: É...
Rimmel: Dor no peito.
Repórter: Dor no peito, que parecem gases.
Rimmel: A alimentação do senhor, como é que é?
Repórter: Ah, eu não tenho hora para comer. Como tudo.
Rimmel: Mas aqueles bifes...
Repórter: Bife, carne, eu como muita carne.
Rimmel: Mas gordura é o...
Repórter: Não, não. Gordura eu tiro.
Rimmel: O açougue tira.
Repórter: Não, não tira.

O médico então pede o primeiro exame.

Rimmel: Lu, eu quero que faça um eletro nesse paciente. É possível agora?
Lu: Vem cá, vem.
Repórter: Obrigada, doutor.

Nosso repórter é submetido a um eletrocardiograma e, logo em seguida, recebe avaliação do médico.

Rimmel: Olha, o senhor tem aqui um bloqueio no coração.

O doutor Rimmel autoriza mais um exame no Hospital da Universidade Federal, com equipamentos públicos. O repórter consegue em poucos minutos o que a empregada doméstica Luzia vem tentando há muito tempo.

“Estou aguardando um exame ergométrico há mais de oito anos, um teste de esforço”, desabafa Luzia.

Mas como o repórter foi atendido tão rapidamente? Eis a resposta:

Rimmel: A consulta é R$ 200.

Ao saber da cobrança, indignado, o diretor do Hospital da Universidade Federal de Uberlândia reafirma que tudo no hospital é pago com dinheiro público.

“Absolutamente não! Não é possível fazer nenhuma cobrança. Este hospital é 100% SUS e inteiramente gratuito. Nenhum profissional está autorizado a cobrar por qualquer procedimento”.

O esquema não é recente. Há sete anos, Alciene de Oliveira esperou mais de 12 meses para fazer uma cirurgia de redução de estômago no mesmo hospital. Então, ela decidiu dar dinheiro a um médico.

“Ela ficou na fila de espera, porque é uma fila grande. Ela ficou esperando chegar o dia da cirurgia, mas nunca chegava. Ela ofereceu a ele, porque ele dizia que o governo estava sem recurso para comprar os anéis para fazer a cirurgia. Ela ofereceu para ele, se ela ajudasse com um pouco de dinheiro para agilizar esse processo. Eles negociaram por volta de R$ 3 mil. Ela deu um sinal de R$ 1 mil e o restante pagaria depois”, conta Regina Lúcia de Oliveira, irmã da vítima.

Três dias depois da cirurgia, Alciene morreu. O caso está sendo investigado pelo Ministério Público Federal. O Fantástico encontrou um médico que conhece como funciona outro esquema envolvendo o mesmo hospital. São fabricantes que pagam propina aos médicos que implantam seus produtos em pacientes cardíacos.

Médico: Quando você começa a fazer a cirurgia cardíaca, imediatamente essas empresas vêm te procurar.
Repórter: Que tipo de empresa?
Médico: Empresas que fornecem material para cirurgia cardíaca.
Repórter: Que tipo de material?
Médico: Oxigenadores, válvulas cardíacas, marca-passo. Como existe uma concorrência muito grande, elas começam a oferecer propina. Oferecem suborno para que você use esse material das empresas nos pacientes, principalmente pacientes do SUS. Se nas 50 cirurgias que fizer num mês ele usar 50 oxigenadores, terá um lucro de 10% em cima disso, o que garante R$ 70 mil só de oxigenadores no mês.

O repórter Eduardo Faustini se fez passar por cardiologista. Ele teve um encontro com o representante de uma fábrica de produtos usados em cirurgias. A reunião sobre o esquema de pagamento de propina aos médicos inclui o Hospital da Universidade Federal de Uberlândia, chamada de UFU durante a conversa.

Odair: Pois é, acho que UFU depende muito do custo de venda, do custo que vou ter e a venda. Mas, assim, digamos, eu poderia pensar em alguma coisa hoje de 5%.
Repórter: Na UFU?
Odair: Na UFU.
Repórter: E no particular?
Odair: Não, em particular eu...
Repórter: Pelo SUS...
Odair: No particular, pelo SUS, a gente pode fazer 10%. Do dia 20 até o dia 30 de novembro, eu to acertando com vocês, 60 dias.
Repórter: De que forma?
Odair: Em dinheiro, isso que eu to explicando pro senhor.
Repórter: Você mesmo que faz o pagamento em dinheiro, ou alguém vai ao banco...
Odair: Não, eu mesmo que tenho feito.

O mesmo representante que negociou porcentagens com o nosso repórter dá dinheiro a um cardiologista. O médico fingiu aceitar a propina de R$ 3,1 mil, relativos a várias cirurgias no Hospital Universitário. Mas depois entregou o dinheiro à Polícia Federal.

Médico: Aqui tem quanto, Odair?
Odair: Tem R$ 3,1 mil.
Médico: Mas me diz uma coisa: fiz tanta cirurgia nesse período. O que aconteceu?
Odair: Depois o senhor pode até conferir. Você pode ver que esse é o preço do SUS, certo? A tabela do SUS, está bom?

“Essa direção não tem nenhum conhecimento dessas denúncias. E assim que elas forem formalizadas, se abre os procedimentos absolutamente necessários: sindicância, inquérito e se encaminha ao Ministério Público para a devida apuração. O hospital não faz cobertura absolutamente de nenhum deslize profissional”, garante o diretor da UFU.

“Nós determinamos a instauração de inquérito policial ou alguma investigação preliminar para verificar se realmente têm fundamento essas denúncias”, explica Cléber Eustáquio Neves, procurador da República de Uberlândia.

Segundo o Ministério Público Federal, pelo menos seis médicos do Hospital da Universidade Federal de Uberlândia estão sendo investigados por corrupção.

Read Users' Comments (2)

2 Response to "Absurdo!"

  1. Dona Doida, on 22 de setembro de 2008 às 14:27 said:

    Ta todo mundo cagando no pau aí, né?
    Medico e paciente.
    E o q fal osempre.
    Enquanto tiver gente disposta a corromper, exustirão os corruptos.
    Pra mim tem q prender todo mundo!
    Quem paga e quem leva.

  2. simterra, on 22 de setembro de 2008 às 15:42 said:

    isso da 1 nojo
    1 gastura
    eita