Bazar da Branca

Domingo no Fantástico um pai estava indignado porque as escolas públicas de um município de São Paulo estariam usando um kit nas aulas de educação sexual...
O problema é que consta do kit um pênis de borracha... o homem estava revoltado, juntou documentação, estudou o ECA e queria representar junto ao Ministério Público para proibir o pênis...
Daí eu pergunto: qual o problema?
Homens não têm pênis e mulheres vagina?
A questão é cultural, é proibido falar de pênis e vagina como se isso fosse uma aberração e não uma "peça" anatômica!
Até no hospital uma vez rolou um stress porque uma enfermeira desenhou um pênis no croqui pra indicar a lesão de um paciente... disseram que ela estava satirizando!
Ora, o croqui era assexuado e a lesão era no pênis, como fazer?
Se existe esse "pudor" num hospital que dirá na sociedade geral!
Uma palhaçada!
O fato é que a superintendente da Secretaria de Educação disse que desde a implantação dos Kits e das aulas o índice de gravidez na adolescência nas escolas reduziu 59%, ou seja, os resultados têm sido alcançados.
É preciso que se entenda que nem todas as famílias dão orientação sexual aos seus filhos e é essa falta de orientação que prejudica o desenvolvimento do indivíduo como um todo.
A curiosidade fica mais aguçada.
O interesse e a vontade de se nivelar com os demais colegas da turma...
Se o índice de gravidez reduz, o risco de doenças tbém...
Parabéns às escolas que promovem a educação sexual!
O pai alegou que isso é função da família, ok! Mas penso que nem ele deva se ocupar disso, senão porque o espanto?
Quando a família falha na educação, o Estado como responsável pelo bem estar de todos deve intervir!
A televisão, a mídia, as músicas, em grande parte são apelos sexuais, muito mais que um pênis de borracha!
E atualmente não há como questionar a velocidade das informações e nem como deter esses avanços, a questão é se adaptar!
A escola não se ocupa de ensinar técnicas sexuais, não dá dicas de como seduzir... o que se ensina é como prevenir doenças, gravidez e promove uma conversa franca para que o indivíduo tenha maturidade e consciência de qual o melhor momento para iniciar a vida sexual.
Na minha casa tudo isso foi muito tranqüilo. Meus pais, do seu jeito, foram nos ensinando quais as transformações do corpo, sobre sexo, tudo com muita sutileza... eu nem me lembro como isso ocorreu, simplesmente aconteceu!
Sem traumas, sem grandes expectativas, sem medos ou surpresas
Lembro de uma aula na quarta série em que a professora perguntou se algum dos alunos saberia dizer como nascem os bebês...
Eu já sabia e fiquei calada, só ouvindo!
Filho nasce pelo umbigo, cesárea ou então pela boca
Imagina a cena da mãe parindo pela boca? Na época eu fiquei imaginando a cena....
Coisa bem réptil, como cobras
(se bem que algumas mulheres parideiras se aproximam disso...)
Ninguém sabia que existia parto normal! Que uma cirança nasce por via baixa...
E qual o problema em se dizer isso pra uma criança?
Voltamos ao velho preconceito onde não se pode dizer as palavras pênis e vagina!
Depois vem menstruação, namoro, sexo e por aí vai...
Haja hipocrisia nesse mundo!