Processo Kafkiano



Assim que me sinto...
Apesar de não ter sido denunciada por absolutamente nada
Venho suportando já há algum tempo as consequências de um ato imputado a mim que eu jamais pratiquei!
De tempos em tempos uma novidade ou embaraço... e sempre a sensação de que a injustiça é algo muito dolorido.
Espero ter a solução de tudo e RÁPIDO!
Me lembrei do livro de Franz Kafka "O Processo" no qual o personagem principal é indiciado de algo que ele nunca soube e percorre o caminho tortuoso em busca de justiça... suporta todos os danos sem saber sequer do que se defender...
Livro muito bom!
Que na minha situação cai como uma luva...
Se tiverem oportunidade... leiam! Vale muito a pena!

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Mais uma vez...

Cruzeiro na Libertadores!!!

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O que ficou foi saudade!

Essa memória que por vezes falha tanto
(hoje mesmo ouvi uma pessoa falando comigo e tive que pedir pra repetir porque não ouvi uma só palavra... coisa grave: perda de memória recente!)
A mesma memória que nos conforta e nos ameniza a saudade
Sem me atentar para datas, hoje de manhã me lembrei da minha avó
Maria Corrêa de Carvalho
Maria como tantas Marias que batalharam tanto
E que marcou tanto minha história
A vó Maria apressada que amava do seu jeito às vezes tão desajeitado
Mas que tinha uma bela história pra contar
Pensei muito nessa minha vó o dia todo
Lembrando dos seus gestos, da sua voz, da sua forma de nos chamar e corrigir...
Puxa, vó!
Quanta saudade! Pudesse voltar no tempo e ouvir as suas histórias, não de lutas, mas da mulher Maria, não de um dom, mas de vários dons...
E depois de preencher vários documentos com a data 04/12 atentei ao chegar em casa que hoje completam cinco anos que a ela se foi, e de repente me confortei na saudade...
Sempre ficam os nossos desejos silenciados, a expectativa que não se cumpriu
E me lembrei que a vó Maria queria muito que eu me casasse (ela tinha pavor de imaginar uma neta solteirona rabugenta... tá, eu sou um pouco rabugenta, mas só um pouco, não chega a ser lá um grande defeito...) e acabou não vendo isso...
O tempo não permitiu que ela conhecesse minha família, meu filho...
E a morte é o evento certo que pretendemos manter distante de nós... não há consolo possível, senão o tempo que cicatrizando as feridas dolorosas da separação, transforma tudo em saudade!
E que saudade da minha amada vó Maria...

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Alguém quer ser assim?



Ou existirá alguém assim?
Meio uma caricatura, não é mesmo?
Esse é nosso mundo cheio de mulheres lindas, magras e transformadas pelo Photoshop
Ah! O que seria do mundo fashion sem o photoshop?
O que seria dessas modelos já incrivelmente magras se não houvesse um recurso pra deixá-las mais magras e cabeçudas?
Tenho uma certa fobia a excessos, a esses padrões que nos são apresentados e se você não faz parte dele, você está fora
Um OVNI, criatura de outro mundo...
O mundo real!
O mundo das mulheres que trabalham, cuidam, se vestem e consomem o produto vendido pelas modelos de Photoshop
Que se esforçam por perder alguns quilos porque querem se sentir magras, desejáveis, bonitas (menos cabeçudas)
Mas que nessa batalha desigual, o ônus da doença
Da inversão de alguns valores essenciais à mulher (que pode ser bela sem ser magra)
Da doença decorrente dos distúrbios alimentares, com suas anoréxicas, bulímicas e seguidoras de dietas fantasiosas e irresponsáveis
Da banalização da mulher que tem que ser cada vez mais um corpo perfeito e cada vez menos uma pessoa...
Podem me dizer que isso é porque não sou magra e tenho umas gordurinhas na cintura... coisa de gente despeitada!
Tenho sim! Gordura localizada, celulite, estria e uma enorme cicatriz... mas estou viva e vivendo cada vez mais feliz!
Me cuido dentro das minhas possibilidades, não me privo de alguns prazeres
E mantenho em forma a minha capacidade (essa sim inalienável) de pensar!
De ser uma pessoa que é o que é e se orgulha disso, de tudo que já fez, de tudo que já conquistou, dos sonhos que realizou e dos que ainda vai realizar, da alegria que carrega por ter a oportunidade de viver...
Sem imagem criada ou manipulada... simplesmente uma mulher!

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Hoje estou feliz!



O ser humano...
Ô criaturinha difícil de entender
Quer-se tudo do seu jeito, no seu tempo e do tamanho de suas necessidades
O mundo deveria ser recondinho... mas ele não é!
É achatado nos pólos
Então, não dá pra acreditar que a vida vai ser cor-de-rosa
Mesmo porque essa cor já não significa mais o mundo das princesas
A última princesa que vestiu rosa sofreu alguns dissabores
A vida vai ter várias tonalidades
Em alguns dias, tudo azul
Em outros bastante cinza
Mas o que não dá pra ser é vítima eterna das situações
Ai! Comigo é tudo sempre tão difícil!!!
Mas será que é mesmo?
Eu conheço algumas pessoas assim
_ E aí, como vai?
_ Ai, vou indo... você sabe como é, né?
Não, definitivamente não sei!
A vida da gente é resultado daquilo que escolhemos
E poderemos ser eternamente infelizes porque insistimos em querer uma felicidade plena, permanente
Ou podemos ser pessoas normais que aprendem a superar as intempéries do dia-a-dia
Li um livro que se chama "A Felicidade Desesperadamente" de André Comte Sponville que mudou muito a minha forma torta de ver as coisas
Felicidade é uma coisa que se constrói todos os dias, aprende-se a ser feliz com o que está disponível, renovando algumas coisas e desfazendo-se de outras... não se deve esperar pela felicidade, simplesmente seja feliz!
Com seus problemas, com suas imperfeições, com seus quilos a mais...
Ninguém deve ser responsável pela felicidade dos outros, cada um deve se ocupar disso
Felicidade não se entrega de bandeja, felicidade se compartilha
E acredito... é contagiante!

Ah! Se tiverem oportunidade, leiam o livro!

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