Texto do meu irmão: João Francisco

Outro dia, numa fila de um grande supermercado de BH, passei por uma situação que me chamou a atenção para o nosso nível de passividade.
Ao comprar um produto no valor de R$ 3,28 e dar à atendente R$ 3,25, fui questionado pela funcionária sobre os 3 centavos faltantes. Atitude já esperada por mim.
Assim, seguindo os ensinamentos de meu pai querido, dei mais 10 centavos à caixa. Totalizando R$ 3,35 centavos.
Na fila tinha umas 5 pessoas, que me olharam, sem exceção, com o mesmo olhar ao ver que eu fiquei esperando o meu troco de 7 centavos.
A atendente riu com um sorriso amarelado e "aparelhado" dizendo que não teria como dar o troco naquele valor e me retornaria apenas 5 centavos. Ou seja, eu ceder mansamente os dois centavos para o supermercado é plenamente aceito. Mas daí eu exigir o valor certo é um ultraje.
Pois reiterei meu desejo dos meus centavos e para não deixar a situação mais chata fui atendido pela moça após um: "Curioso, eu deixar 2 centavos para vocês é permitido, mas vocês deixarem 3 comigo não é possível. Por que não colocar o valor arredondado então?".
Claro, existe a intenção de submeter o cliente ao "ímpeto dos centavos na prateleira". E mais claro ainda, é que meu interesse não estava nos centavos que ia deixar para a "pobre" rede de supermercados. Mas no crivo moral que passei ao ser julgado pelos olhares dos outros clientes. Por pressa ou pela minha atitude "desconcertante", os demais ficaram impressionados pela minha postura e com certeza a reprovaram.
Realmente, somos uma sociedade pacata, passiva, comodista e, principalmente, babaca. Não conseguimos perceber que nesses pequenos comportamentos vamos moldando nossa macro personalidade. Daí vemos os vereadores se auto-gratificarem como o fazem e nada fazemos. Deixa pra lá, né?! E vamos deixando esse tal "pra lá" cheio de "deixados", como um grande aterro sanitário...

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