Míope!


Hoje estou meio cegueta, fiz exame de visão e descobri-me míope! Pois bem, de fato às vezes penso ver o mundo de outra forma, uma leitura não ocnvencional de alguns fatos e po rvezes bastante crítica... menos pelo meu olho míope e bem mais pela minha "alma inquieta".

Ressalto a minha urgência em viver, a vontade de vislumbrar resultados o que me traz um sem número de dores de cabeça, dores no corpo e outros desconfortos físicos, a minha "urgência" desperta a minha ansiedade que me tira o sono (e isso já falei aqui em outros momentos... insônia, oh! Insônia que rouba minha paz!) e me faz ficar como estou hoje... letárgica! Com o raciocício lento porque meus olhos estão pesados, o corpo cansado e a capacidade de criar e desenvolver comprometida.

E pra complicar mais ainda o dia de hoje: TPM clássica com o rosto cheio de espinhas!!! Ai vida de mulher...

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Pára tudo!!!!

Lula é eleito pela Time como um dos líderes mais influentes do mundo em 2010?

Fiquei passada com essa notícia... deu até uma ziquizira e acho que vou ali me curar do susto... eu não sou fã do presidente Lula, me recuso a aceitar seu governo e suas declarações deselegantes, arrogantes e vaidosas...

Cansei de escutar que nunca antes na história desse país... cansei das suas manipulações pelas quais os fins justificam os meios, criticando o TCU, o Judiciário e quem mais se oponha ao seu sagrado governo!

Lula se acha soberano, o mais "democrático" dos líderes, que critica a imprensa, que não quer ser corrigido ou fiscalizado! Mas o senhor não é o dono do Estado... Soberando é o país e todo e qualquer agente público (e o senhor é um deles) está sujeito ao comando legal vigente...

O homem usa e abusa da sua popularidade e assim arrasta multidões apaixonadas! E ainda tem gente que alimenta esse devaneio do Presidente!!!

Eu quis acreditar que seria diferente, eu cheguei a voltar no Lula, reconheço os benefícios e progressos do País durante a sua gestão, mas me recuso a acreditar que o Brasil começou no ano de 2002... chega dessa coisa que já está me dando nos nervos!

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Troque seu cachorro por uma criança pobre!

Troque seu cachorro
Por uma criança pobre
Sem parente, sem carinho
Sem rango, sem cobre
Deixe na história de sua vida
Uma notícia nobre...

Tem muita gente por aí
Que tá querendo levar
Uma vida de cão
Eu conheço um garotinho
Que queria ter nascido
Pastor-alemão
Esse é o rock despedida
Prá minha cachorrinha
Chamada "sua-mãe"...

Esse é o rock despedida
Prá cachorra "Sua-mãe"...

Seja mais humano
Seja menos canino
Dê guarita pro cachorro
Mas também dê pro menino
Se não um dia desse você
Vai amanhecer latindo
Uau! Uau! Uau!...

Troque seu cachorro
Por uma criança pobre
Sem parente, sem carinho
Sem rango, sem cobre
Deixe na história de sua vida
Uma notícia nobre...(2x)

Essa música foi composta pelo Léo Jaime e gravada por Eduardo Dusek na década de 80! E ao ver os artigos de luxo para cachorro e sobre o faturamento dos petshops chega a R$ 15 bilhões / ano e me lembrei dessa música e igualmente das imagens dos abrigos das crianças órfãs ou abandonadas...


Eu tenho cachorro, aliás, uma, a Tieta... cuido com carinho, dou seu banho, alimentação, vacino, mas não com a paranóia de humanizar o cachorro! Não tenho animal por diversão, tenho porque gosto... gosto esse que não me leva a excentricidades desprovidas de qualquer racionalidade! Buffet pra festa de aniversário, festa de casamento, coleira da LV a preços absurdos, roupas com cristais e por aí vai! Tem até semana da moda... poupe-me!


Até parece que vivemos no País das Maravilhas (e olha que até nos contos de fadas as maravilhas não são tão maravilhosas assim!). Tem criança sendo violentada, abandonada, crescendo sem história de vida, sem perspectiva, sem carinho, sobrevivendo às custas da caridade alheia e dos parcos recursos do Governo! Sem ter um colo pra pedir quando tem pesadelo, sem ter alguém pra lhe perguntar como foi o dia, pra lhe dar um abraço que só pais podem dar... e querem humanizar cachorro?


Cada um gasta o seu dinheiro como bem entender, eu não tenho nada a ver com isso, mas posso e quero me indignar! Isso é a noção de invisibilidade, as pessoas simplesmente querem ver a si e às suas necessidades e mimos, o que acontece além das minhas paranóias excêntricas não me diz respeito... mas sabe de uma coisa? Diz sim! A todos nós! A infância tem que ser tutelada como um bem máximo, é um direito do indivíduo poder ser criança, viver como criança, construir suas histórias desde a infância e isso passa por toda a organização social, pela formação familiar, escolar, cidadã... é imprescindível que se passe a enxergar o outro, a perceber a existência e a necessidade do outro como um semelhante, isonomia, igualdade...


Peça a algum desses consumidores de luxo para doarem algo para os abrigos, por exemplo: que tal doar o valor gasto no casamento do seu cachorro? Talvez digam que nesse momento não dá! Porque o humano não tem mais o mesmo valor...


Eu sempre quis adotar uma criança, e não faço questão de idade, cor, sexo... filho não se escolhe, filho se ama! E isso é algo que independe de caracter físico, apenas da disposição de amar, de forma incondicional aquele que se recebeu como parte de si mesmo...

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E o Atlético saiu na frente!


Inacreditável que algum dia na minha vida eu escreveria algo sobre a vitória do Atlético, mas quando se trata de uma vitória sobre o Santos, que é o TIME DO MOMENTO, impossível deixar de dizer algumas palavras.

Não sou atleticana e isso que faço agora não é torcida pró alvinegro das alterosas, que fique bem claro! É apenas uma questão de justiça... assisti o segundo tempo do jogo e ao ver o placar CAM 3 x 1 SAN, desacreditei! Os meninos da vila, autores das maiores goleadas dos últimos tempos, que já estão igualando no ano de 2010 o total de gols feitos em 2009, perdendo pro Atlético!

Não sei bem se a torcida atleticana acreditava em tamanha proeza, mas o fato é que (justiça seja feita mais uma vez!), é uma massa fiel. Lotou as arquibancadas do Mineirão (e que saudade sinto do Estádio Magalhães Pinto...) e assistiu os três gols do Diego Tardelli num bonito jogo!

Jogo aberto de duas equipes que buscaram o resultado, sem retranca, jogo no ataque e ao menos na parte que assisti, um jogo limpo, sem faltas duras ou desonestas, nada de anormal para um esporte de contato como o futebol.

Certo é que a imprensa paulista não cogitava essa hipótese! Não havia plano B, davam como certa a vitória do Santos e num quase descaso com o Clube Atlético Mineiro (e leia-se esse é um descaso com qualquer time que não figure no eixo Rio-São Paulo) disseram que seria Luxemburgo x Santos... mas bem mais que a habilidade e competência do Luxemburgo como técnico, valeu o empenho e brilhou a estrela do Tardelli.

Gosto de assistir o Diego Tardelli jogando, não por ser fã ou o considerar um super craque, classifico como um bom jogador, inteligente, veloz, não é um butineiro que chuta como se fosse o último ato a ser praticado em vida, não é afoito, tem sangue frio pra decidir quando é necessário, mas gosto principalmente porque a imagem do seu acidente, quando ainda atuava pelo flamengo que culminou em uma fratura em seu braço em agosto de 2008 é muito viva em minha mente e numa espécie de solidariedade gosto de vê-lo jogando! (emotividade pós maternidade!!!!)

Aguardemos o próximo jogo... o Atlético saiu na frente e poderá passar pelos Meninos da Vila e avançar na Copa do Brasil... quem diria!!!

(Esse post é dedicado à minha família que é Atleticana, exceção de minha mãe... então, pai, João, Lu, Tety, Zeu e Artur... esse é pra vcs verem que sou uma pessoa boa! kkkkkkkkkkkk)

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Quem não faz... leva!

E o Cruzeiro levou!
3x1 pro Ipatinga e merecido... poderia ter sido mais, bem mais! Não fossem os erros da arbitragem.
O fato é que o Ipatinga jogou infinitamente melhor, criou muitas (e boas) chances de gol, ao contrário do Cruzeiro que estava perdido, desorientado, com uma defesa parada que assistia os avanços do ataque do Ipatinga, que na tarde de ontem pareciam inspirados!
Parabéns ao Tigre do Vale do Aço!
Mas no mesmo jogo em que se viu muito gol, foi possível também assistir a reação imatura de Alessandro (ex Cruzeiro) que após deixar a sua marca fez um gesto obceno para a torcida cruzeirense e acabou expulso... perdeu a chance de jogar a final do Campeonato Mineiro e valorizar-se como jogador...
É aquela velha história, ano que vem tem mais!

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E agora, José?

Na quarta-feira foi votado o relatório do TCU que trata de irregularidades quando da distribuição de verbas para tragédias. Segundo o relatório a Bahia teria sido a maior beneficiada com aproximadamente 37,25% dos recursos liberados. Ao Rio de Janeiro teriam sido destinados 0,65%.

O Presidente Lula (que insiste em acreditar que o TCU é um órgão político!) disse que as informações são levianas e que é um absurdo que no auge de uma tragédia algumas pessoas façam joguinho político barato.

Pois bem, fato é que a situação no Rio é calamitosa (e a culpa são dos ex-prefeitos e ex-governadores), o jogo de empurra-empurra... como diz o ditado, filho feio não tem pai.

Mas não é disso que quero falar... ontem choveu mais da metade do esperado para o mês em Salvador e como em qualquer lugar desse país, o resultado foi alagamentos, deslizamentos, aulas canceladas... e aí, como fica?

Os recursos, segundo o Governo, foram liberados para o Estado por existirem projetos e dada a maior necessidade do Nordeste... e por que nas chuvas de ontem ocorreram os mesmos problemas? Será que os projetos foram realizados? Onde foi parar o dinheiro? Quais obras foram efetivamente realizadas na Bahia com o montande que lhe foi destinado para esse fim? Ou será apenas mais um tapa-buraco?

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Dor!



Ao abrir o portal de notícias G1 me deparei com a imagem acima: um pai carregando o corpo do filho, vítima de um deslizamento no Rio...

Segundo o pai, ainda ouviu o filho chamar pelo seu nome, quando novo deslizamento aconteceu.
A história dessa família é a história de outras tantas famílias que ano após ano vem engrossando as estatísticas dos acidentes decorrentes das chuvas e sempre as mesmas desculpas e nenhuma resposta razoável.

Até quando?

Existe tolerância em relação às milhares de famílias que se amontoam nos aglomerados urbanos? Ou será omissão? Afinal de contas, dado o tamanho do Estado Brasileiro, a projeção nacional com sua economia crescente (descontados os desvios e desperdícios) deveria haver espaço para urbanização e consequentemente implementação de ações para minimizar os riscos.

A impressão que marca meu pensamento é que vivemos no país das maravilhas, um mundo de faz de conta em que a realidade é tão destoante do discurso que chega a provocar náuseas.
Após as tragédias fica o sentimento de desânimo, porque no fim das contas fica tudo como está... só tapando buraco!

Vendo a dor, o choro e desespero de quem perdeu tudo me lembrei dos dizeres da Marta Suplicy: "Pobre vive dizendo que não tem nada, aí quando tem enchente diz que perdeu tudo"... sempre o tom de ironia, deboche, descaso, omissão e isenção (aconteceu mas a culpa não é minha!)!

Assim são tratados aqueles que gozam de "invisibilidade social", no fundo todo mundo prefere ignorar porque as imagens são feias, contrastantes com o luxo, com o bom gosto, com o belo!

É a vida marginal, sem acesso ao essencial como saneamento, saúde, educação digna e segurança!

Aliás, falta tanta coisa que impensável dizer de dignidade, e aqui valho-me da premissa kantiana sobre esse atributo essencial do humano: "No reino dos fins, tudo tem ou um preço ou uma dignidade. Quando uma coisa tem preço, pode ser substituída por algo equivalente; por outro lado, a coisa que se acha acima de todo preço, e por isso não admite qualquer equivalência, compreende uma dignidade." Pelo que é razoável dizer que quem é desprovido do essencial à manutenção da própria integridade, quem é deixado viver em casas construídas sobre lixões, em encostas, várzeas não podem receber o título de dignidade, mas apesar disso são, ainda que precariamente, cidadãos brasileiros, permanecendo inalterada a obrigação de votar!

Que essa tragédia possa servir de reflexão sobre o que está por trás de tudo isso, a omissão secular que impregna o sistema político brasileiro, que prefere apontar como culpados os antecessores mas que pouca ou nenhuma solução oferece.

A solidariedade é traço marcante do brasileiro, e nesse momento são várias as campanhas para doação de alimentos, roupas, medicamentos... mas que não nos esqueçamos das obrigações próprias do Estado inscritas na Constituição Federal e que são precariamente cumpridas...

No momento, só me resta o sentimento...

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Em ano eleitoral...

Toda informação acerca dos prováveis candidatos é útil!
Pesquisando sobre os congressistas processados, me deparei com o site Congresso em Foco, e acho importante conhecer a lista dos deputados e senadores processados e a natureza dos delitos cometidos.
Acho uma afronta esses senhores poderem concorrer e ainda serem diplomados! Até entendo que se chegam a esse ponto é por vontade do povo, mas pensando de forma lógica e coerente, os cargos eletivos são públicos, e muitas (senão a maioria) das denúncias envolve o mau uso da coisa pública, ou seja, excessos cometidos, corrupção, desvios, sonegações, falcatruas de toda ordem que por si só já tornam essas pessoas inviáveis para o exercício de qualquer função pública, mas ainda assim o povo os devolve ao poder!
Estranhamente, as leis para ingresso na atividade pública, mediante concurso exigem "Ficha Limpa" para a posse, do contrário, era uma vez... da mesma forma, o servidor público que encontra-se processado, na maioria dos casos fica impedido de ser promovido.
É o país das desigualdades... isonomia soa meio utópico nessa terra onde o Estado é usado em benefício próprio, onde o abuso da ignorância perpetua essa corja no poder.
Ficha Suja deveria ser proibido de candidatar-se, pelo bem de todos nós!

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Meu filho!







Há bastante tempo não escrevo nada sobre meu pequeno grande João Carlos.
Eu ainda não sei (e acredito jamais poderei saber) a origem desses sentimentos que brotam com a maternidade... é uma experiência que tem que ser vivida, do contrário, tudo o que possa ser dito soa piegas, mas no fundo, acho que não tem como ser expressado de outra forma.
Não sou uma pessoa romântica, sou até bastante racional e essa caracterísitica se abranda na presença do meu filho... seu olhar, sorriso e expressões me fazem perder o chão, me fazem sentir um súbito encantamento e sinto uma paz tão grande que acalmam e minimizam as turbulências causadas pelo dia-a-dia.
Não me imaginava mãe, aliás, não me imaginava muita coisa e acabei me tornando várias delas... mas descobri que mesmo com toda a minha falta de jeito, consigo ser a melhor mãe para o João Carlos!
Ele está muito esperto (ele diria muito, muito, muito esperto!), falante, meio Cebolinha e ainda meio incompreensível, mas ele se esforça por falar e repetir tudo o que ouve... estávamos vindo de BH e ouvíamos a Band News e ele repetia com entusiasmo as palavras ditas pelos locutores, como se fosse uma surpesa a notícia e ele entendesse o seu conteúdo.
Já sabe muita coisa e eu também aprendi outras tantas... mas ainda acredito que mal aprendi a ler a cartilha da vida, que bem mais que conhecimento, exige sabedoria!
Obrigada meu filho!

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A capa da semana...


Cheguei em Uberlândia ontem, após alguns dias de descanso (merecidos, já que eu estava à beira de um colapso!) e ao verificar o montante de correspondências, entre contas (essas minhas companheiras fiéis), jornais, folhetos e similares, deparo-me com as revistas semanais Veja e Época, e como era de se esperar o assunto da capa da última semana: Isabella Nardoni, ou melhor, o julgamento e condenação dos autores.

Achei a capa da Veja de extremo mau gosto e principalmente carente de qualquer criatividade, com dizeres que remetem ao sentimento daquela multidão que se acotovelou na porta do fórum de Santana em São Paulo.

Quanto a essa capa, vou reproduzir as palavras escritas em um comentário na coluna do "Fim de Expediente" no site g1.com.br, o autor Celão assevera:

Essa capa infeliz da Veja só reforça a perigosa confusão entre o ideal de justiça e a sede de vingança, quanto mais por ter atribuído esta última, cruelmente, à própria vítima assassinada – como se, tal qual num filme de terror de quinta categoria, ela tivesse ficado por aqui, vagando, à espera da libertação espiritual mediante a condenação dos assassinos.
Verdadeiro desrespeito à menina Isabela e aos familiares dela e de todos os envolvidos, que suportarão as indeléveis consequências do lamentável ocorrido.
Verdadeiro desrespeito, por fim, à própria sociedade brasileira, por ter sido desperdiçada mais uma oportunidade de se esclarecer na mídia por que todos têm o direito à presunção da inocência enquanto não condenados definitivamente, e o quanto é temerário à noção de civilidade o estímulo a qualquer associação entre o julgamento de um crime doloso contra a vida no Tribunal do Júri e um duelo de gladiadores numa arena.

Nunca fui fã de Direito Penal, sempre soube que os acadêmicos da graduação de direito são apaixonados originalmente por esse ramo, até descobrirem as demais áreas (inclusive as mais vantajosas financeiramente), mas pra mim, foi cumprir o conteúdo curricular, mas claro, devo reconhecer que alguns temas são muito bons. Aliás, em sede de teoria é muito bacana, mas a minha preguiça se volta para a operacionalização da coisa... prefiro tentar entender o ser humano sem me envolver diretamente com ele... os números estatísticos são bem mais interessantes que os diálogos no processo penal (essa é minha modesta opinião).

Mas o que me causou uma espécie de mal estar, foram aquelas manifestações populares, e após digerir aquelas pessoas ali, dominadas por uma "mão invisível", todas numa espécie de solidariedade, mas sobretudo reforçando a minha impressão de que o povo se fortalece na presença de mártires, e na minha leitura dos fatos a criança que pereceu na mão dos seus algozes converteu-se numa mártir, símbolo da violência doméstica contra a criança e o adolescente, e isso deveu-se principalmente ao fato dessa violência ter atingido a classe média, e como bem disse a minha irmã: "a barbárie é para os bárbaros". Enquanto a violência atinge as crianças pobres ou miseráveis, desprovidas de qualquer dignidade desde o nascimento, isso já não choca tanto, apesar das inúmeras crueldades cometidas contra "Isabelllas", os números são alarmantes.

Além desse aspecto, há ainda os que se valeram do episódio para aparecer e até ganhar uns trocados vendendo um cafezinho... é o jeitinho brasileiro de ser!

Pouco antes da sentença ser prolatada comentei com meu esposo que na hipótese de absolvição (hipótese possível!), era de se esperar uma revolução, um entrave entre aquelas pessoas que estavam ali com a polícia bem como a tentativa de agrssão contra aqueles que discordaram do sentimento de justiça (ou vingança) que motivou a movimentação. Para o bem da ordem pública o resultado alcançado no julgamento coincidiu com o sentimento da população.

Não me atrevo a tentar compreender o tamanho da dor, sobretudo da mãe que perdeu a filha em circunstância tão cruel, não poderia fazê-lo porque meu instinto e sentimento de mãe não alcança essa dor e com ela me solidarizo, mas também não entendo tamanha mobilidade em torno desse caso, em particular.

Acho que o caso produziu bons resultados, pela celeridade e pela competência do trabalho pericial, que mesmo inexistente a confissão, foi suficiente para atribuir a responsabilidade aos autores. Seria muito bom para a justiça brasileira que os crimes fossem investigados e trabalhados da mesma forma, sem conclusões calcadas em meras suposições, e o ideal seria que fossem trabalhadas diversas linhas de investigação, e não apenas uma, e talvez a mais óbvia, não se pune a suposição (ou ao menos não se deveria punir), a verdade que o Direito Penal procura é a real, para que ao final a justiça seja alcançada e na incidência de dúvida quanto a autoria, vale o in dubio pro reo, melhor absolver um culpado por falta de provas do que condenar um inocente!

Existe um outro princípio no Direito Penal, inscrito na Constituição da República no art. 5º, XLV: "A pena não pode passar da pessoa do condenado". A rigor, judicialmente isso não aconteceu, mas a sociedade "condenou" a família dos acusados, vaiando e proferindo xingamentos, além de agredirem o advogado de defesa dos Nardoni e sabendo que a crueldade das pessoas extrapola o limite do razoável, bem provável que nem os filhos do casal serão poupados, esses duplamente já penalisados pela perda da irmã e do convívio com os pais, serão vítimas de palavras e atitudes cruéis.

Esse episódio só reforça a minha idéia de que nosso país carece de uma reformulação urgente no sistema educacional, é preciso, de forma urgente e imperiosa que cidadania seja ensinada desde as primeiras letras, que ética seja um conteúdo que perpassa os demais, como forma de se alcançar isonomia e imparcilidade e uma justiça efetiva.

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CBN - A rádio que toca notícia - Fim de Expediente

CBN - A rádio que toca notícia - Fim de Expediente

Convidado: Paulo Peres, professor de Ciência Política da Unifesp

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